[vindouros: pois que o que me importam são os dias que ainda estão por vir]
- por mais que se faça ainda são os erros em que se tropicou no espaço lá fora. no espaço de ontem. por mais que se seja e ainda as coisas tenham mudado, tem-se a sutil certeza incrustada na pele nossa de que tudo foi válido e que só não se sabe porque o foi. Ainda é mamãe bradando em tom blasé: não. Eu já sabia
- ainda que me delineie, tenho sempre justo que quando o faço faço-o à vista de outros. é raro e improvável que não seja assim: pois que para ser é preciso ser intermédio (“Eu não sou eu / sou qualquer coisa de intermédio / pilar da ponte do tédio / que vai de mim para o outro”), sejamos então! mesmo à custa de nós mesmos mesmo que logo após se quebre o que se havia há pouco se delineado.
23. aonde o erro
(como “Onda e amor, onde amor, ando indagando / ao largo vento e à rocha imperativa”)
das coisas que são?
nota real - o rei é sempre nu: nunca acredite
*
a temática da ausência: a temática da ausência se estende por páginas e páginas. imagino que na borgeana Biblioteca de Babel haja galáxias e galáxias hexagonais para descrever de formas sempre diferenciadas o movimento da ausência que é por si só ausência mesmo
*
a temática da falta: faltam-me definições porque se me falta a própria falta não tenho mais nada e a falta esvai-se como o que nunca solidificou-se
*
“As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que seu canto: seu silêncio. É certo que nunca aconteceu, mas seria talvez concebível que alguém tivesse se salvado de seu canto; de seu silêncio, jamais.” (KAFKA).
O silêncio é inescapável. "Fique mudo".
*
nota única:
o amor
mesmo malogrado
é imprescindível
.
patrícia a. a.
2 comentários:
Resolvi não ficar muda.
Pra variar... rs
Compiei isso tudo e colei no meu fotolog.. Vcs andam filosofando muito, o que tem bebido?
Beijos
Lisez un poème en prose de Baudelaire qui s'apelle "Enivrez-vous", ma chérie.
Bise.
Postar um comentário