terça-feira, 15 de janeiro de 2008

A casa e outros versos vazios

"Os girassóis" (1889), Vincent van Gogh

Des premières épreuves de "Un coup de dés " de Stéphane Mallarmé.

A casa transborda por entre fissuras
já dentro a verborragia reverbera
verdade em verso preenchido o nem
se sabe que se há de enfim querer
na poeira alojada em ralas falas há
de se sutil dançar a polca Verdade
bailemos nós no abarrotado salão

As horas ecoam polifônicas flores
em que lembrança ancorar é proibido
pois que as prestes corolas de ontem
empesteiam de sujo pólen a vista
atrozes sons povoam a casa: montagem
membro a membro memória agora

Os cômodos inundam-se os móveis
se perdem em meio a que mar
Fluido mar moral em que resta
só o anfitrião. A casa caminha
vai tão cheia e não são suas as
próprias pernas que se apressam
Plágio-processo: vazia vai a casa

Nenhum comentário: