sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Primeiro Poema Sem-Coração

Meu coração é um cômodo

de fendas infinitas cujas
águas escorrem sem cessar;
de infinitas fendas sujas:
águas morrem sem cessar.

De umas falhas aberturas
armadas num espaço raso;
de umas falsas urdiduras
armadas num passo raso.

Disforme informe inacabado
de prestes alicercers imperdoáveis;
diferente indiferente estesiado
de prestes alianças imperdoáveis.

Meu coração é um incômodo.

Danae, Gustave Klimt

Um comentário:

Fer Moreno disse...

nosso coração é um incômodo...