UM INSTANTE já não se é mais a mesma coisa o vento que passa o vento oeste! desmancha tudo e rearranja a nova ordem que se vê um aqui um agora a verdade é o tempo incerto irrecuperável improvável vento somente um instante uma lufada de ar vento e já se tem tudo novo de novo ANA É O FLAGRA DE UM INSTANTE
Qualquer em que ninguém se vê mais sozinho em meio a montes de papel de gente de coisas e conjunturas de tudo que nos utrapassa porque não nos depassa de tudo que é poeira levada pelo vento norte e que nos atrapalha a vista há antesque ser
(e) L E VA D O
Por esse VENTO OESTE
UN RÊVERIE un devaneio a dois a tantos um devaneio LINGUÍSTICO CONJUNTO insuspeitado e MSÊNICO de um msn dois qualquer
ANA?
produção a dois:
sentimento em palavra daquilo que nos
penetra a alma o coração a convicção as peiguices
e tudo o mais de que somos forjados
*
patrícia
Ana
A única coisa que encontraram da Ana foram os sapatos. E o grito, que estava perdido, chamando alguma coisa que não veio; depois o silêncio, que veio do nada e tomou conta do mundo. E cada folha que nascia, cada velho que morria produzia um som nunca ouvido antes. E então Ana apareceu. Era ainda Ana, mas tinha aquele ar de quem de tudo esqueceu - já não era mais a Ana de outro. Era outra mulher - perdera a palavra. Porque mesmo parecendo a mesma, ela não mais sabia o significado profundo de cada vocábulo jogado no fundo da memória vazia. Ela tinha alcançado a essência pura das coisas: o sentindo de cada grão de areia espalhando na margem do rio, o grão mesmo, similar às pedrinhas da pêra mordida. Ela enxergava o mundo como o enxerga uma criança que acaba de nascer. Como o último suspiro do dia. Então Ana correu, e dos pés em desabalada carreira saiam palavra cantadas por todos os pianos do mundo - ela queria reencontrar a palavra; e por mais que ali perto estivesse, ela não a podia sentir. Era só mistério. O mistério do mundo fechado na caixa de Pandora aberta. Ana chorava, e suas lágrimas não escorriam – incaudalosas que eram. Seu choro parecia um encanto mudo, um canto de sereia que se esparramava em silêncio e inundava a terra inteira, que atraia os piratas e suas caravelas. E então outro silêncio. E Ana sentou. E do mais profundo de si, brotou a palavra pensada: a palavra-coisa; a palavra-objeto que Ana manipulou com seu coração. E rezou e pediu pra que tudo aquilo tudo não existisse, e tudo aquilo não existiu. Então Ana, calçando seus sapatos, foi embora, sumindo-se no vento do oeste, para nunca mais voltar. mário coração dos outros e patrícia antonio (por MSN)
O Vento Oeste
O sopro. O Impensado... insensato! A loucura e o perdão! O Medo. delírio, o enjôo. Norte, Sul, Leste...
Um pouco de mim viaja. (alma. palavra)
Outro tanto permanece! (estado. coisa) o martelo na mão Contra a mão.
4 comentários:
Simplesmente perfeito, aliás tem uma premiação para poetas no dia 26/02 lá no espaço Parlapatões em sampa...sá uma olhada no link:
http://www2.uol.com.br/parlapatoes/parlapaticias/concurso_poesia.htm
Beijim :O)
Eu adoreiiiiiii
Muito bom mesmo.
Vou postar no meu blog tb, pode né?
Beijoss
Fantástico, finto!
Muito bom esse poema !
Parabéns Mário Coração dos Outros !
Uma bela criação !
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